As complexidades do café

Hoje tive uma experiência de 1h30 numa cafeteria aqui, como teste. Renderá, no máximo, um bico. Ainda nao sei.
Como ainda nao sei o que fazer com os 15 botoes da cafeteira, os quatro tipos de xícaras e os trocentos tipos de cafés que os clientes pedem. Como se nao bastassem os curtos, largos e com leite, ainda há os descafeinados, com adoçante... Na dúvida, aperto sempre o botao do meio.
E para tudo há três preços diferentes: depende se o cliente consome na barra (balcao), nas mesas ou na terraza (na rua).

Ser cliente é bem mais fácil. "Um café, por favor" e logo salta um gostoso expresso. Já experimentamos vários pela cidade. Hoje encontrei o meu preferido, o Saula, em uma cafeteria minúscula perto da Sagrada Família.

O que faz um(a) garçom/garçonete bom?

É engraçado como a gente nao está preparado pra coisas que nao fazem parte do nosso universo. Nos últimos dois dias, por exemplo, temos distribuído currículos para empregos suuuper atraentes, como camarero(a) - que é como garçons e garçonetes por aqui -, ayudantes de qualquer coisa e afins.
O que se diz numa situaçao como essa? "Olha, eu preparo nescau que é um espetáculo"? Ou "sou sempre eu quem recolhe a louça do churrasco de domingo lá em casa"? Nao rola... Depois da segunda ou terceira porta em que batemos, descobrimos que a maior parte das pessoas nao quer muito papo mesmo. Só perguntam se estamos legais no país e enfiam o CV numa gaveta.

Já caminhamos de monte atrás disso.

Festa de Babel

Estivemos ontem em uma festa internacional, na casa de um colega de aula do Ruy e da Lú. Muito legal!
A começar pelo lugar. Era um prédio super antigo, onde hoje funcionam empresas. A porta de entrada do edifício é daquelas enormes, super grossas e com argolas penduradas para bater. Pra tornar mais prático o acesso, "recortaram" uma porta menor naquela maior. Mas ficou muito pequena, então é preciso se abaixar pra entrar.
No que seria a sobreloja, montaram dois apês. O que fomos é enorme e cheio de quadros e fotos nas paredes. Tri estiloso.
Encontramos lá gente de tudo que é país. A promessa era de que cada um preparasse bebidas típicas do seu país, mas só rolou caipirinha. O resto era vinho, uísque, coisas sem nenhuma mistura diferente. Mesmo assim, foi muito legal. Intercâmbio de culturas, curiosidades sobre idiomas, essas coisas. Só estive a ponto de surtar quando uma francesa (das mais animadas) defendeu que o idioma dela não é sexy. Como não??

Desapego é a palavra

Quando chegamos aqui, a Lú e outras brasileiras que conhecemos nos preveniram de que teríamos que desenvolver a cultura do desapego. Nada mais de escolher boas marcas no super ou usufruir de conforto similar ao que temos em casa.

Estava pensando nisso hoje, enquanto limpava umas janelas bem sujinhas - minha mãe e minha sogra ficariam orgulhosas de tanto empenho! (risos)
Desapego é mesmo a palavra.

Na casa nova...

Achar apê foi a primeira barreira aqui. Felizmente passou. Acho que visitamos mais de 15. Perdemos dois que eram mto bons. De saco cheio, fechamos com o primeiro que atendia os requisitos básicos. Até agora, tem se mostrado um bom negócio.
Dá pra dizer que mudança mesmo a gente fez hj. Compramos algumas coisas que nos faltavam aqui, desfizemos a maior parte das malas, ajeitamos quase tudo a nosso gosto. Acho que os primeiros quatro dias (estamos aqui desde sábado) foram pra ter certeza se ficaríamos aqui mesmo.
O melhor de ter feito a mudança é que abre caminho pra outras coisas. Agora, com base definida, já estamos pensando melhor no futuro. Fazer entrar dinheiro na "lojinha" e efetuar de uma vez matrícula nos cursos de jornalismo que já identificamos (e outros que também parecem bons) sao as prioridades. Difícil é q: até setembro a cidade segue em período de férias, entao temos duas semanas de espera e expectativa até conseguirmos confirmar vaga em qualquer cadeira universitária. E pra descolar emprego, o espanhol ainda tá devagar, entao é esperar mais um pouco.
Semanas de ansiedade, as próximas....

De dia, parece a Redençao. De noite, carnaval de rua

Ontem estivemos num dos eventos mais legais da cidade, segundo o nosso guia de viagem. A Festa Mayor de Gràcia rola todos os anos, sempre no mês de agosto. As ruas competem com decoraçoes super legais: ETs, Shrek e a princesa Fiona, esferas de isopor que brilham... Tudo super colorido! Durante uns 3-4 dias, tem jogos, apresentaçoes artísticas, música. A programaçao é intensa, de dia e à noite.

Pra que todo mundo pudesse curtir, o metrô funcionou direto da manha de quinta até a meia-noite de domingo. Pobres dos condutores... ;)

Cada bairro tem a sua festa. Parece que as próximas sao em Sants e Barceloneta, mas ainda nao sabemos as datas certas.

Ambulancioterapia

O Mau hoje elaborou a teoria de que metade dos moradores de Barcelona já andou de ambulância. Isso porque elas sao muitas, por todos os lugares. Há sempre uma sirene passando perto de onde a gente está.

De casa nova

A primeira das questoes que tínhamos que resolver aqui está desenrolada: temos um lugar pra ficar. Alugamos um quarto, por meio do site www.loquo.com, que o Mau já citou aqui. A busca é chatinha, especialmente pra quem chega em dupla, porque a maior parte das ofertas é para uma pessoa só.
Tem duas explicaçoes pra isso: uma é que os apartamentos sao normalmente bem cheios, entao duas pessoas ocupando um quarto é super povoamento. Outra que nos disseram é que quase ninguém gosta de receber casais ou namorados, por causa da tendência a se isolar dos outros moradores. Sei lá.
A dica é ir se agilizando antes e concentrar esforços nisso ao chegar aqui, que é pra resolver logo.

''Meia'' Sagrada Família

Que pirado esse Gaudí... a Sagrada Família é uma loucura, com muitos detalhes, imagens. Acho que é coisa pra levar semanas analisando.
Hoje não entramos, porque a fila era enorme. Acho melhor esperarmos o final das férias pra ver se alivia.

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Acho que essa construção não ficará pronta nunca, né? Posso estar dizendo a maior ignorância, mas frustra um pouquinho ver metade do prédio totalmente tapado e o resto com visual poluído por andaimes e redes.
Eu sei que é necessário e tal, mas adoraria ver aquilo tudo limpinho.

Hospital é ponto turístico?

Táva faltando turismo nesse blog! :)) Agora que alugamos um quarto - siiiiim, nós conseguimos! assim que der, postamos fotos -, a diversão melhora.

Essa imagem é do Hospital Santa Creu i Sant Pau, patrimônio da humanidade e um dos complexos que fazem parte da rota do modernismo na cidade. É lindo, com muitos detalhes e anjos nas fachadas. Vale a visita. Junto do hospital, fica o prédio da Universitat Autònoma de Barcelona, mas só as áreas de saúde, idiomas e um ou outro curso específico. O campus mesmo fica em Sabadell.

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E é tudo bem pertinho de onde vamos morar!!!

Dica feminina

Nunca corte o cabelo - ou pinte, ou faça penteado... - em um salão aqui. Os cabelos são horrorosos!!!
Pro meu gosto, é claro. Mas ainda não ouvi nenhuma brasileira defendendo o hair stylist daqui.

Rebajas! Rebaixes!

Agosto é um mês excelente para se fazer compras em BCN. As liquidações (rebajas, em espanhol, ou rebaixes, em catalão) são anunciadas em todas as vitrines. Imaginem, então, promoção em um outlet...
Quem me deu a dica do tal Mango Outlet foi a Lú. É bem pertinho de onde ela mora. Aproveitei umas horinhas hoje pra comprar peças muito fofas, como blusinhas daquele material tipo linha (como é mesmo o nome, mãe?) por inacreditáveis 2,99 euros. Me lavei, e ainda ouvi do Mau o comentário de que fui bem contida nos gastos. Hehehehe... Ele que aguarde! Voltarei lá muitas vezes.

Prometo levar a Mango todas as amigas que vierem me visitar aqui. :)))

Caminhar é preciso

Transitar por Barcelona é um barato. De metrô, trem, ônibus, bonde, a pé. Além da facilidade, que a Bia já relatou aqui anteriormente, tem o lance das paisagens, das belas vistas, do clic fotográfico. E essa parte é toda de graça.
Em função disso, caminhar tem sido uma das nossas principais diversões aqui nesses dias. Mesmo com as ruas cheias. No caso da foto acima, as Ramblas cheias. Provavelmente mais de turistas do que de locais. Acho que por enquanto a gente também se enquadra entre os visitantes. Ainda leva um tempinho até nos considerarmos residentes.

Mudança?!? Pra onde???

Falando nos nossos anfitriões provisórios, tô quase fazendo uma proposta pra alugar aquele quarto de hóspedes e ficar por aqui mesmo. Não tem como agradecer a mão que a Marli e o Udo têm nos dado nas últimas duas semanas. E não é só hospedagem não. Aqui o tratamento é VIP, com direito a jantares típicos e muita conversa jogada fora. Aí do lado, por exemplo, tá a foto da reunião em torno da paella feita pelo Udo, "a melhor da Espanha", ele garante. Não comi outras ainda, mas aquela táva nota 10.
Mas por melhor que esteja, acho que damos o passo definitivo pra sair da casa deles. Depois de procurar por muitos quartos pra alugar, acho que faremos logo uma proposta por um lugar aqui. Ainda temos mais um turno de visitas imobiliárias, mas tudo se encaminha pra gente se acomodar em breve. Espero postar novidades nesse sentido em pouco tempo.

Canteiro de obras

É impressionante o número de construções / reformas / recuperações pelas quais passa Barcelona. Pra onde se vira tem um canteiro de obras. É só olhar pra cima pra enxergar um guindaste trabalhando. De deixar com inveja a administração da Marta Suplicy. Isso que aqui nem se trata de período eleitoral.
Dizem os nossos anfitriões, a Marli e o Udo, que é assim o tempo todo. A cidade está sempre investindo em melhorias na infra-estrutura ou restauração de pontos turísticos. Também não poderia ser muito diferente, em função da quantidade de gente que circula por aqui, principalmente agora na época de férias – que já está no fim, aliás.

Pra lá e pra cá...

O que a gente tem andado de ônibus, metrô e tram (bonde) por aqui não é brincadeira! Caminhamos muito também, mas como, na real, estamos num bairro/cidade encostado em Barcelona (Sant Just Desvern), ir a pé pra casa está fora de cogitação.
Ainda bem que o transporte público funciona tri bem. Metrô e tram são pontuais, e o ônibus erra por, no máximo, uns 10min. Fora isso, em cada estação tu tens à disposição mapas que explicam direitinho o trajeto e os horários.
Fora os NitBuses, que são super normais para europeus: o povo sai do boteco ou da festa, pega um ônibus e vai pra casa na maior tranqüilidade. A gente mesmo já chegou na casa da Marli no meio da noite numa boa.
Nessa foto aí, a gente está na linha 63 do ônibus, que nos leva dessa nossa casa temporária até a Universitat de Barcelona, numa zona super central.

Leques

Sim, realmente as mulheres se abanam com leques na Espanha. Já encontramos até um magrão usando um (ele vestia camisa pólo cor-de-rosa, como, de resto, uns 25% dos homens que circulam por aqui).
Bem, só não conseguimos descobrir ainda se são espanholas de leque ou turistas pagando mico ao tentarem parecer com as locais.

Ah, a tecnologia...

Desde hoje à tarde, estamos equipados com câmera fotográfica (bala!). Isso quer dizer que, a partir de agora, teremos imagens aqui no blog. Uêba!

Bienvenidos a la Universitat de Barcelona

Estivemos hoje visitando a Universitat de Barcelona, onde estudaremos espanhol. Fiquei super animada em saber que vou freqüentar esse conjunto maravilhoso. É tudo lindo! O prédio, construído entre 1863 e 1881, é de estilo eclético - mescla de diferentes estilos medievais, diz o folheto. Logo na entrada, uma sucessão de arcos e abóbadas. Cinco estátuas em tamanho maior que o natural representam os aspectos da cultura espanhola no século 16. Os jardins também são maravilhosos.
Fiquei boba...

Quem converte não se diverte

Voltando às dicas de viagem. Essa vale principalmente pra quem planeja permanências mais longas no Exterior.
Depois de que saiu do país de origem, esqueça a conversão automática de valores. Quer dizer: é bom não esquecer totalmente, pra não perder a noção, mas não dá pra viver pensando que Y euros = Yx3 reais. Senão cada lanche ruim de 15 euros vira um drama, pq seria o equivalente a um banquete de 45 reais. Acreditem, aconteceu conosco.
Então, a dica é a seguinte: em vez de converter o valor em moeda estrangeira para a do país natal, faça a relação entre o que você pretende gastar e o que ainda resta no bolso. É o tanto de dinheiro que ficou na carteira que vai determinar se um almoço por 10 xilings é caro ou barato.

Las Ramblas, Barceloneta e muuuitos turitas...

Muita coisa, não sei por onde quero começar...
Demos as nossas primeiras voltas sozinhos ontem à tarde. Aliás, que voltas! Caminhamos sem parar por praticamente oito horas. Ainda não entendemos direito o sistema de transporte, então talvez tenhamos feito um caminho meio lusitano pra chegar à região central da cidade: a pé até a estação do tramvia (tipo um bonde), depois conexão com o metrô até a Plaza Catalunya.
Ao sair da estação, estávamos em plenas Ramblas, cheeeeias de turistas. É muita gente, falando trocentos idiomas diferentes, fotografando, comprando, rindo. Um clima muito diferente... Diz que o verão faz lotar o centro de turistas, embora os bairros fiquem mais calmos por causa das férias dos moradores.
Além de caminhar pra cima e pra baixo nessa que os locais dizem ser a rua mais bonita do mundo, nos deixamos perder pelas rua da Ciutat Vella: lojas de souvenir com maior clima descolado, de miniaturas, de pôsteres bem-humorados... tudo em prédios super antigos, e lindos de morrer. Achamos, por acaso, uma igreja muito bonita, chamada Santa Maria del Pi, e a Plaza Real (Plaça Reail, nesse idioma impossível chamado catalão). Quanta fofoca da corte deve ter rolado naqueles lugares!

Tão bom saber que teremos bastante tempo pra conhecer tudo...

Aqui, finalmente

Apesar de todas as tentativas das companhias aéreas Aerolíneas Argentinas e Iberia, chegamos em Barcelona. A viagem foi cansativa e nos fez concluir: quando o número de passagens por aeroportos for maior do que o número de dias disponíveis para a viagem, pode se preparar porque a barra é pesada. No nosso caso, foram cinco terminais (Porto Alegre, Buenos Aires x 2, Madri e Barcelona) em três dias. Isso sem contar Montevidéu, por onde também passamos, mas dessa vez sem sair da aeronave.
Até agora não vimos muita coisa, mas esse pouco já dá uma idéia das muitas coisas que teremos pra descobrir nos próximos meses. Desde ontem tivemos apenas uma vista aérea da cidade pela janela do avião, um passeio pelas principais ruas de Barcelona em companhia de nossos anfitriões, a Marli e o Udo, um jantar na beira de uma das praias locais e seguidas horas de sono na tentativa de recuperar o vigor e adaptar-se ao fuso horário – aqui são cinco horas a mais em relação ao Brasil, pelo menos até o final do horário de verão.
Aliás, aqui é verão. Sol, calor e bermuda o dia todo. Pra quem saiu da Capital gaúcha com blusão e casaco, tá melhor do que o esperado. Também porque o clima facilita pra fazer o reconhecimento da cidade, o que pretendo sair agora pra começar.

É amanhã!

Falta pouco. Algumas horas...
Mas não dá pra descrever tudo o que tem nos acontecido desde ontem. Parece que a temporada de más notícias não acabou. Chega a dar medo ao tentar imaginar o porquê de tantas pedras no caminho. Resumindo, embarcamos amanhã, às 10h20min, pra Buenos Aires. É certo que passaremos uma noite por lá, mas não sabemos ainda o horário em que embarcaremos rumo a Madrid. A Aerolineas Argentinas (NUNCA entrem na furada que é essa companhia) já trocou o horário dos vôos duas vezes nas últimas horas. O grande rolo disso é que temos que voar de Madrid a Barcelona, de Iberia, e já desembolsamos uma banana pra fazer uma troca de horário. Imagina a segunda!
Bem, teremos que tentar resolver o esquema amanhã, no aeroporto, mas isso tudo tá me impedindo de curtir minimamente os últimos dias de Brasil.
Nem as malas eu fiz, e já passa de 22h de sexta.

Um salto no tempo e.... 3

Quarta-feira. Faltam só três dias. Quase dois, pq afinal já é noite. Dia de fazer a mala. Talvez assim caia a ficha de que não se trata de 30 dias de férias, mas 7 meses de licença. De que não é só aventura, mas um puta aprendizado.
Pronto: já começou o frio na barriga. Imagina na hora do embarque...

+ um 8

Hoje, sexta-feira, faço minha última viagem a Porto Alegre tendo como origem Caxias do Sul. Hoje, ao cruzar os 120 quilômetros entre a Capital e a Pérola das Colônias, transformo em par o número de vezes que cruzei esse caminho desde a primeira vez, há três anos.
Me mudei para Caxias sem saber muito do local, apenas de ouvir falar. Nunca me tornei um caxiense, mas isso não impediu que desenvolvesse respeito e admiração pela cidade. Agora saio com uma semana de folga até tomar o rumo de outra cidade que não conheço, só de ouvir falar. Também não pretendo me tornar um nativo, mas parto com a mesma sede pelo desafio.
Destino, origem, passagem, permanência.... No fim tudo se mistura. Parecem antônimos, mas são partes da mesma coisa, algo que ainda estou tentando entender o que é.